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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Samuel, o frio Imortal


Ás vezes eu sinto uma estranha falta de alguém para cuidar
Para beijar as lágrimas que escorrem das bochechas
Afagar os cabelos, despretensioso, com amor
Ter alguém em meu colo para cobrir de asas.

Ás vezes eu tenho vontades de voar acompanhado
Por vastos céus, próximo de mais alguém
Dar a esse alguém a experiência do voo e da liberdade
E encher um coração de esperanças para um futuro sem fim.

Ás vezes é bom ser só. Outras é bom o afago
Mas outras mais é necessário tomar por conta
Agir na responsabilidade de amar e ser amado
Construir, criar raízes, tomar por envelhecer.

Porém, então, reconheço do meu entrave
Da imortalidade que me foi concedida
Dos deuses que me deram tal grandioso dom
E a dor que sinto ao ver morrer mais alguém.

Dos amores que passaram, mais penas a se desvair
Do momento de amor, uma memória amarelada
Das tantas que guardo, um peso grotesco de remorso
Das costas que me sustentam, só carcaça de pele e osso
Do amor que me cura, perfura meu coração com diamante.

Este não é ninguém além de Samuel, o frio.
Como um louco, refere a si mesmo na terceira pessoa
O Anjo que teve a quarta, a quinta, a sexta... infinitas pessoas
E que leva uma carroça de cem rosas índigo para o cemitério.

Samuel

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