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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Poupa-me


Poupa-me de tuas liras
Liras de amor, liras de sentimento
Que quando analisadas mais adentro
Desmascaram meras mentiras

Se não diferencias um romance de um momento
Se achas tão legal jogar palavras ao relento
Se queres repetir vencidas ideias antigas
Simplesmente nada digas

Fingir sentimentos não te faz sobrehumano
Não te consideres diferente;
Porque achas que sente
Não és algo além de um ser mundano
Que insiste em um assunto reticente

Mas ao invés da reticência levar ao pensar
Ela simplesmente diz que não se deu fim ao pensamento
Pois em seu falso amor, nada há dentro
E ninguém estás conseguindo enganar.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Rotina


Acordar, trabalhar, comer, trabalhar, dormir
Acordar, trabalhar, comer, trabalhar, dormir
Acordar, trabalhar, comer, trabalhar, dormir
Acordar, trabalhar, comer, trabalhar, dormir
Acordar, trabalhar, comer, trabalhar, dormir

Viver?

domingo, 25 de novembro de 2012

Nossas palavras


De mente aberta
Vai apreciar as palavras

O balanço no rítmo
As gotas de chuva
Os raios de Sol
A brisa do mar.

As insônias e os sonos eternos
Os fantasmas e o que a mente esconde
O caminho na sombra da noite
O tempo, o tic e o tac.

O policromático na folha em branco
Um caleidoscópio na obra abstrata
Um elemento, e muitos sentidos
A simbologia da mitologia.

A lição do fim do dia
O fôlego que me sobra 
O vaso de rosas mortas
As sementes a germinar. 

A ciência que só expressa
A arte que não isola
A palavra que me descreve
O poema que me demonstra.

E saberá que leu poesia.

A evolução de um homem


Nascer
Crescer
Perder a razão
Amar.

A Dama Alva de Vestido Negro


A Dama Alva de Vestido Negro
Avistou o holofote do palco
E se dirigiu a ele para uma canção.

Sentada sobre a típica mesa bege
Que sempre sentou ao se apresentar
Esperou que as cores viessem
E chegassem aos seus olhos.

Cores que, de olhos fechados, traduziu
Com voz, com música das próprias cordas
Que se alojam no seu corpo.

As cores se espalhavam com a voz leve
A voz pesada, clara e escura
Que ia se oscilando
Até encontrar o equilíbrio do som
De um drama. O piano.
Que nasceu do drama para o drama.

Para pintar tons claros e escuros nas cores do caos
Ou então fazer emoção as pálpebras alheias
Fechar alguns olhos limpando mentes com som
Fazer balançar... devagar... como folha seca ao vento
Tirar o pianista do seu lugar de conforto
Para colocá-lo numa posição de peso e de intensidade.

E assim nasceu A Dama Alva de Vestigo Negro.

O piano nasceu do drama para o drama
E eu nasci para dramatizar suas teclas.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Vento
















Uma dríade anunciava aos berros um Outono
Um Outono, que outrora, era o marco do meu Apocalipse.
Ela vinha no entardecer, a pobre dríade.
Em suas flores e relvas, anunciava o fim.

O vento vinha derrubando as flores, a vida,
O vento nunca tivera tamanha intrepidez
Ou falta de compaixão

Suas marcas se tornaram eternas,
Nem o vento do Inverno fora capaz de leva-las
E o vento, mais uma vez, como aliado da apatia,
fez-me cair no chão, sobre as flores de Outono
Esperando o vento da primavera, que me deixara lá para sempre; 
Esperando que o vento, um dia, venha me levar.

E sem preocupar, terei eu de ver o sol nascer,
a Lua crescer; estando paralisado pelos erros.
Estarei colocando esperanças no vento
Quando o meu espírito foi com ele. 

Não sei se Pandora tinha razão de guardar esperança
Ela aniquila aquilo que parece já destruído
E posso dizer, com propriedade, que com esperança.
O ludíbrio se faz vindouro.




segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Recado de Jekyll van Tango

Levante a cabeça
Espero que não tenha desistido
Não se esqueça
Que todo problema pode ser vencido

Levante e siga em frente
Isso não vai acontecer duas vezes
E os mais aguerridos dos combatentes
Serão agraciados pelos deuses

Levante sua mão fechada
E peça imediatamente aos céus
A mais afiada espada
Para salvar honestos réus

Levante
Por mais que ninguém reconheça
Você é seu próprio herói
Levante novamente a cabeça
Porque a garra do guerreiro
Nunca se destrói

sábado, 17 de novembro de 2012

Vindemiator

"Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos." - Mateus 20:16a


Meu caro produtor de cultura
Eu sei por onde tem passado
Eu sei em quais terras tem plantado
Conheço o clima do Norte
Que faz próspera tua colheita.

Meu frágil produtor de vinha
Que atravessou os campos verdejantes
Que esteve são nas duras estações
Dos invernos gélidos e verões escaldantes
Acolhe tuas últimas sementes novamente
Faz-se retirante na dura caminhada.

Meu companheiro de vidas secas
Com a vida compartilhamos da pobreza
Com a vida compartilhamos da fome
E é com ela que mantemos as cabras
Mais sadias que a nós mesmos.

Doce amigo sonhador
Vê o futuro lá de longe
Com olhos semicerrados
A fronteira onde a mata é alta e vivaz.

Pobre rapaz inocente
Tem suas pálpebras doloridas,
De tanto olhar para a fronteira,
Em razão do Sol tentando cerra-las.

Meu irmão de Pai maior
Observe tua colheita
Plante outra vez
Entrega teu arado
Pegue minha mão
Água pela última vez
Mas não deixe nunca
Que faleça com as vinhas.

[Para um amigo irmão]

Tilintar




















Tic
Eu conto com o relógio
Digo a ele para esquecer o minucioso
Para que faça vindoura a alegria desnorteante

Eu conto para o relógio
Que não posso voltar o tempo
Mesmo que me cole ao ponteiro
Sua força é maior que meu desejo

Eu conto sobre o relógio
Ele sempre vai decidir
O que talvez há de vir.

Tac
Ele me leva embora
Me torna velho
Perante o novo

Ele me faz regredir
Abre os meus olhos
Para encarar;
Os fantasmas do passado

Ele me faz entender
Mescla o passado com o presente
Para que eu faça do futuro
O que uma vez me fez sorridente

Tõe
Nós nos analisamos
Para que possemos pensar:
Algo teve valor?
Posso eu me arrepender?

Nós nos contentamos
O silêncio é a melhor resposta,
que o barulho pode ter

Nós nos desligamos
Fechamos os olhos
E apagamos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A falecida inocência de Vladmir Hyde


Há não muito tempo atrás
Eu aprontava
Como nunca mais fiz
Há não muito tempo atrás
Eu não conhecia da vida
Sua raiz

Quando eu não sabia que os humanos eram perversos
Quando eu não sabia que somos tão perversos
Quando eu não sabia o quão perverso
Quando eu não sabia que eu era perverso

Inocente momento,
Sem par
Eu perguntava sobre tudo,
Sem parar
Eu deveria ter parado
Eu deveria ter parado...

Tudo estava em seu lugar
Conheci o mundo
E vi tudo se desarrumar
Eu deveria ter parado
Eu deveria ter parado...