Ele amamentava sua mutilação na alma
Ele concordava que o sol permaneceria sem girar
Ele se machucara com os cacos que brotavam do chão
Mas chorava a dor da morte materna
Ele se assentava com a cabeça para baixo
Cabeça comprimida por joelhos pontudos
Ele tinha o odor de dissimulação
E quando levantava a cabeça para olhar a luz dos céus
E quando a luz ia de encontro com seus olhos, todos aos gritos...
Aos gritos exclamavam:
"És tu homem embriagado de seus defeitos
E sóbrio de boas intenções
Digno és de olhar o sol, apenas se ele queimar seus olhos"
Quando se levantava, permanecia de cabeça inclinada
Levando um enferrujado carrinho, carregado de acusações
E de palavras que se tornavam lágrimas de vidro
Todas ferindo o pobre rosto inclinado
Seguiu para os bosques onde ele enterrara seus pais
O homem que vaga, dança, morre
Via a apatia agir como uma aliada para seu sofrimento
Mas ele ouvira uma elfa nos bosques
Cantava a verdade dos seus dias
Era capaz ele de ter o olho brilhando, agora
De ver os sonhos escondidos por janelas negras em si mesmo
E o canto, era como um olho, capaz de atravessar suas lembranças
A voz cantou para ele, e assim trouxe a verdade a luz:
Era o pobre homem de madeira
Madeira erguida por cordas
Cordas controladas pelos maus
Ele vivera em função de pessoas que o humilharam
Vivera ele pisado e cuspido
Com a face desfalecida, ele não via
Não via que as acusações, não competiam a eles
Ele vira que os defeitos, cabia a ela mudar
Os defeitos que nunca existiram.
Então a elfa cantava mais uma vez o puro refrão:
"Eu não sei porque os ímpios tem poder
Eu não sei porque os pobres são os que perdem a honra
Quando são eles que tem sua nobreza
Mas sei que somos mais que átomos na água
Que o sol recompensará a nossa dor
Oh sim! Disso tenho certeza
Os pobres são como estrelas no céu
São solitárias, mas tem seu brilho
Oh sim! Sei que os últimos serão primeiros
Pois é a manhã que vem depois da noite"
O homem pela primeira vez
Ergueu sua cabeça, e quando as acusações viam como peso
A todos estes, ele cantava a nova canção
E quando pode correr, ele abaixou sua cabeça
A inclinou rapidamente, mas da verdade sabia
Ele inclinara para olhar a água pura
E assim ele vira seu reflexo na água
Então, com narciso, se reconciliou consigo mesmo.
Que linda borboleta vini, o simbolo do recomeço!
ResponderExcluirEsse é o primeiro texto da segunda fase do blog e ele tem tuudo a ver com essa fase *_*
gostei muito mesmo, sério
Chorei lágrimas de menstruação!
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